segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Já diria Chico Buarque...

"Não me leve a mal, me leve apenas para andar por aí..."
Que noite boa!

domingo, 27 de setembro de 2009

Um dia alguém com mais de 20 anos precisou reaprender a andar. É assim mesmo, o corpo perde o equilibrio e o lado direito parece sempre pesar mais e mais, dificil de carregar sozinho. Conseguiu dar bons passos quando disse para si mesmo que "os amores vão e vem, mas os amigos permanecem".
Parece até prêmio de consolação que a vida dá quando o enlace das mãos não continuou como antes. Mas algum dia certos amigos vão embora, e o que sobra? O amor substituto já chegou?

Sim ou não, o que existe e sempre existirá é puramente você e você.
Você é a sua companhia naquela tarde norna, no banho demorado, na música cantada alto...
Nada que seja ruim.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Vestiu o maiô e o roupão, e em jejum mesmo caminhou até a praia. Estava tão fresco e bom na rua! Onde não passava ninguém ainda, senão ao longe a carroça do leiteiro. Continuou a andar e a olhar, olhar, olhar, vendo. Era um corpo a corpo consigo mesma dessa vez. Escura, machucada, cega - como achar nesse corpo-a-corpo um diamante diminuto mas que fosse feérico, tão feérico como imaginava que deveriam ser os prazeres. Mesmo que não os achasse agora, ela sabia, sua exigência se havia tornado infatigável. Ia perder ou ganhar? mas continuaria seu corpo-a-corpo com a vida. Alguma coisa se desencadeara nela, enfim. E aí estava ele, o mar. Aí estava o mar, a mais ininteligível das existências não-humanas. E ali estava a mulher, de pé, o mais ininteligível dos seres vivos. Como o ser humano fizera um dia uma pergunta sobre si mesmo, tornara-se o mais ininteligível dos seres onde circulava sangue. Ela e o mar. Só poderia haver um encontro de seus mistérios se um se entregasse ao outro: a entrega de dois mundos incognoscíveis feita com a confiança com que se entregariam duas compreensões....